ANTONIO PAIVA
( PORTUGAL )
Nasceu a 21 de Março de 1959, em Santo André, Vila Nova ade Poiares. Cresceu na de Travasso, Penacova. Por lá estudou até à idade de 18 anos, a partir daí foi para Coimbra, onde prosseguiu os estudos e iniciou sua vida profissional. No ano 2000 decidiu à bela ilha da Madeira, onde residiu até Março de 2010. Em Abril de 2010 fixou a sua residência no Seixal, tendo como cenário de seus dias a magnífica Baía do Seixal e o rio Tejo.
Participou de muitas obras coletivas.
O Instituto Brasileiro de Culturas Internacionais, confere-lhe o Diploma de Honra e Mérito ao Escritor.
ALEF – Revista de Literatura Ibero-americana. Ano I no. 1. Editores: Ana Laura Kosby e Marco Celso, Huffell Viola. Gramado, Rio Grande do Sul, Brasil: maio 2012 56 p.
apneia humana
está apneia humana que faz de mim pedra submersa,
às vezes fóssil, crosta calcinada, matriz atroz.
há um óbelo em forma de vespa assinalando as falhas;
uma teia de intempéries a aprisionar-me a boca.
um fluxo sinistro de membranas em elipse;
a estrangular o ventre desta lua de silêncios.
nas casas sonhos arcaicos transcritos prescritos;
silêncios engomados naftalina e bolor salivado.
asfalto sede ruptura caverna muro;
veios traços arestas bocejos e bocas
sem beijos.
sexo agudo que sobra da amargura; há uma luz cega
nesta imensa bruma de apneias
***
dedico-te estas palavras
dedico-te estas palavras
com as mãos quentes calejadas
dedico-tas por não m´as teres pedido
germinaram dos meus olhos sem teias
são sinceras, rainhas e plebeias
são a travessia branca da minha alma
a metamorfose de mim na palavra toda
um voo oblíquo de matéria ardente
um silêncio habitável por toda a gente
respira este lugar calmo transparente
na invulnerável superfície da página
vive medita e lê como quem sente
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Página publicada em outubro de 2023
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